Já percebeu como campanhas brilhantes às vezes perdem venda por um detalhe? Com uma média global de abandono de carrinho na casa dos 70%, o remarketing é o follow-up que transforma quase em sim. Ele funciona porque une dois efeitos poderosos: familiaridade (quanto mais a pessoa vê sua marca, mais confia) e relevância (o anúncio fala exatamente do que ela já demonstrou interesse).
O que é remarketing e por que funciona
Remarketing é a prática de impactar, com mídia ou mensagens, quem já visitou seu site, app ou interagiu com seus conteúdos. Em vez de atirar para todos os lados, você fala com quem já levantou a mão.
Além do efeito de familiaridade, o remarketing entrega contexto. Se alguém viu um tênis específico, mostrar esse mesmo produto, preço e benefício reduz atrito e acelera a decisão. É publicidade com timing e propósito.
Como o remarketing identifica o público
- Pixels e cookies: um pixel no site registra ações (ex.: visitar a página do produto X). Com consentimento, isso permite segmentar anúncios depois.
- Listas do site: páginas vistas, tempo de permanência, eventos (adicionar ao carrinho, iniciar checkout).
- GA4 e Consent Mode: o GA4 cria públicos com base em eventos; o Consent Mode ajusta a coleta respeitando a escolha do usuário e preenche lacunas de mensuração de forma agregada.
- APIs de conversão (server-side): enviam eventos do seu servidor para as plataformas (como Meta e Google) com mais confiabilidade, reduzindo perda de sinal em um cenário com menos cookies de terceiros.
Principais canais de remarketing
- Google Ads: Display para alcance e custo baixo; YouTube para narrativa e prova social; Pesquisa com listas (RLSA) para capturar quem volta com alta intenção.
- Meta (Feed, Stories, Reels): excelente para catálogo dinâmico e formatos visuais; funciona bem em consideração e decisão.
- E-mail e push do app: reengajamento de baixo custo e alta personalização; ideal para carrinho e pós-compra.
Estratégias de remarketing por etapa do funil
Topo (descoberta)
Reforce benefícios e diferenciais.
Ex.: vídeo curto com “por que escolher nossa solução?” mostrando uso real.
Meio (consideração)
Compare, detalhe features, use reviews.
Ex.: carrossel com “3 motivos para trocar seu plano hoje”.
Fundo (decisão)
Oferta clara, urgência leve e CTA direto.
Ex.: “Frete grátis até domingo” + depoimento.
Visitantes de páginas e carrinho
- Crie listas por categoria e produto visto.
- Configure listas de abandono de carrinho e checkout.
- Mensagens que convertem: prova social (“+2.000 avaliações 4,8★”), garantia (“30 dias para testar”), e ofertas pontuais (frete grátis, 10% na primeira compra). Use urgência sem pressão: “Válido até domingo”.
Engajamento em social e vídeo
- Reimpacte quem viu 50%+ do seu vídeo, salvou posts ou mandou DM.
-
Sequência simples:
- Conteúdo educativo/aspiracional.
- Comparativo ou review de cliente.
- Oferta com CTA.
- No YouTube, use sequências de bumper + vídeo curto para manter ritmo sem virar stalker digital.
Segmentação, exclusões e frequência ideal
Exclua quem já converteu
Crie listas de exclusão pós-compra para evitar desperdício e desgaste. Prefira upsell/cross-sell com base no ciclo de vida: quem comprou celular recebe capa e fone; quem assinou um plano recebe upgrade após 30 dias, não o mesmo anúncio de aquisição.
Janelas de tempo e cap de frequência
- Lookback windows: 7 dias para alta intenção (checkout); 14 dias para páginas de produto; 30 dias para conteúdo e categorias.
- Frequência: comece com 2–3 impressões/dia em janelas curtas e 5–10/semana em janelas mais longas. Ajuste com base em CTR, custo e taxa de conversão. Subiu CPM e caiu CTR? Hora de reduzir frequência ou atualizar criativos.
Criativos que performam no remarketing
Personalização e dinâmica
- Catálogo dinâmico: puxe produto visto, preço e disponibilidade em tempo real. Brilha em e-commerce com muitos SKUs.
- Se o ticket é alto, combine dinâmica com argumento de valor (benefícios, garantia).
- CTA claro e único: “Finalizar compra”, “Agendar demo”, “Voltar ao produto”.
Prova social e oferta certa
- Carregue reviews, selos (ex.: segurança de pagamento) e garantias.
- Ofertas que destravam a objeção: desconto de primeira compra, frete grátis, brinde de teste ou parcelamento sem juros.
- Em serviços/SaaS: “Teste 7 dias” + estudo de caso curto.
Medição, privacidade e o futuro sem cookies
First-party data e configurações essenciais
- Consentimento: implemente CMP e mapeie eventos de acordo com a escolha do usuário.
- GA4: eventos bem definidos, públicos por etapa do funil.
- Google/Meta: Enhanced Conversions/Conversion API ativos.
- Server-side tagging: mais controle, menos perda de sinal.
- Integração com CRM: listas de clientes para upsell e exclusão.
Checklist rápido
- Pixel/tag correto em todas as etapas.
- Públicos: produto, categoria, carrinho, checkout, compradores.
- Exclusões: compradores recentes e leads qualificados.
- Frequência e janelas configuradas.
- Criativos por etapa com provas sociais e CTA.
- UTM e naming convention padronizados.
Avalie impacto real
- Faça A/B e testes de incremento (holdout) para entender lift real, não só “view-through”.
- Métricas-chave: CPA e ROAS por lista; taxa de recuperação de carrinho; LTV pós-remarketing.
- Atenção a atribuição: compare modelos e olhe janela de conversão coerente com o ciclo de compra.
Para fechar
Remarketing não é perseguição, é relevância com respeito. Combine dados próprios, mensagens certas e mensuração honesta. Comece simples, evolua com testes e deixe o algoritmo trabalhar a seu favor.
Baixe o checklist de remarketing para iniciar hoje e conte nos comentários qual estratégia você vai testar primeiro.